Abafa Berro

Eu não finjo, não mordo, não sou ativista, não tenho ideologia, não meto os pés nas mãos, não tenho porções mágicas. Tenho um berro abafado para quem tiver ouvidos mudos.

10/02/2006

Resposta de poema valente para mim mesmo.

Se a noite cair no chão deita primeiro e acolhe o que resta de luz nela.
Se as borboletas nadarem de costas te lança no vento e construa encostas.
Se a visita não gosta de refrigerante, economiza saliva, cala o falante.
Eu não vejo a arte no quadrado, pálido, um quarto do todo.
Os lápis escrevem dentro o que palavra nenhuma tira o significado,
O lado, o lapso. Eu acredito na cor do que sinto.
Esperar o vazio é encher-se de nada.

Eu também tenho sono, quando não espero o sonho de sonhar dormindo...
A vida é se jogar dentro do pecado do sonho vivo, do tempo líquido,
Da alma na eterna busca do que não precisa de procura alguma.
Dói eu te dizer que teus olhos já entraram
Onde nem eu mesmo pude ver,
Tive muita dor de ouvido quando criança, se quer saber.
Então,ouço sempre o que me invade, é o costume da dor.

Calçadas já não me comovem mais, gente por gente, o que se entende ?
Caminhar me trás paz, me trás tua lembrança, me trás de volta a mim.
Esse é a verdade, a minha , a tua, o tempo se remexendo.
E não me pergunte o porque de ainda estar só.